O senador mandou avisar que fica e que não pensa em renunciar ao mandato. Mas a pressão sobre ele aumentou muito.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu a renúncia do senador Demóstenes Torres. Gravações da Polícia Federal indicam que o senador atuava em órgãos públicos para defender interesses do bicheiro Carlos Cachoeira, que está preso. A direção do Democratas espera que o senador deixe o partido.
Depois de uma reunião com o advogado dele, o senador Demóstenes Torres mandou avisar que fica e que não pensa em renunciar ao mandato. Mas a pressão sobre ele aumentou muito. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, pediu a renúncia dele. E parlamentares do Democratas querem se reunir nesta segunda-feira (2) com Demóstenes Torres para discutir sua desfiliação do partido.
Fechado em casa, o senador Demóstenes Torres passou o fim de semana em reuniões com assessores e advogados e mandou avisar: "Ele absolutamente não pensa em renunciar. O caso, juridicamente, é simples. Esse inquérito não tem como prosseguir", informa o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro.
Mas Demóstenes deveria renunciar, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil. "Os diálogos que foram revelados são estarrecedores. O mandato sendo utilizado para servir ao jogo. O mandato sendo utilizado para servir a negociatas. Isso não se compatibiliza com a dignidade do cargo que ele está ocupando", declara o presidente da OAB, Ophir Cavalcante.
O Jornal Nacional mostrou com exclusividade gravações feitas pela Polícia Federal com autorização da Justiça, em que Cachoeira fala de pagamentos que deveriam ser feitos a Demóstenes.
Em um dos trechos, Cachoeira pergunta ao sócio Cláudio Abreu: "O que eu retive?". E ouve como resposta: "Um milhão do Demóstenes".
Em outro trecho da gravação, Cachoeira conversa com o contador dele, Geovani Pereira da Silva, que está foragido.
Cachoeira pergunta por telefone: "Que historia é essa de um milhão que estou segurando?". Geovani diz: "É aquele um... Que você falou com ele e nós estamos segurando". Cachoeira responde: "Mas esse um é o do Demóstenes".
A reportagem do jornal O Globo de quinta-feira mostra que no dia 22 de abril de 2009, Carlinhos Cachoeira pede que o senador faça um levantamento sobre um projeto de lei que trata da criminalização de jogos e legalização das loterias estaduais. Dois dias depois, cachoeira recebe o retorno do senador.
Cachoeira: Oi, doutor.
Demóstenes: Fala, professor. Eu peguei o texto, ontem, da lei pra analisar. É aquela que transforma contravenção em crime. Que importância tem a aprovação disso?
Cachoeira: É bom demais, mas também regulamenta as estaduais.
Demóstenes: Regulamenta não. Vou mandar o texto para você. O que está aprovado lá é o seguinte: ls"ransforma em crime qualquer jogo que não tenha autorização’. Então, inclusive, te pega.
Cachoeira: Não, mas essa aí é boa também. É bom fazer isso. Não pega ninguém, não. Pode mandar brasa aí.
Nesta segunda-feira, a cúpula do Democratas espera que o senador Demóstenes Torres peça a desfiliação do partido. O gesto evitaria um processo de expulsão e reduziria o desgaste considerado incômodo demais pelos políticos do DEM.
A investigação envolve também parlamentares de outros partidos que foram citados em gravações telefônicas. O deputado federal Stepan Nercessian pediu licença temporária do PPS. Ele teria recebido R$ 179 mil de Cachoeira, de quem afirma ser amigo há mais de 15 anos. Segundo ele, R$ 160 mil se referem a um empréstimo, devolvido em dois dias ao bicheiro e R$ 19 mil foram usados para pagar um camarote no carnaval do Rio a pedido de Cachoeira.
Dois deputados federais goianos também foram flagrados nas escutas. Carlos Leréia, do PSDB, cobra de Wladimir Garcez, um dos principais operadores de Cachoeira, o pagamento por um serviço prestado. Ele só vai se manifestar depois que tiver acesso ao inquérito.
O deputado Sandes Júnior, do PP, fala sobre uma concorrência pública e o recebimento de cheques, cujos valores seriam divididos com Cachoeira. Sandes Júnior disse que os cheques seriam o pagamento da rescisão do contrato dele com uma rádio e que Cachoeira estava brincando quando cobrou a parte dele. O PSOL vai pedir a abertura de investigação na Corregedoria da Câmara contra os dois deputados.
No sábado à noite, policias federais apreenderam em chácaras, na cidade de Valparaíso em Goiás, 67 máquinas caça-níqueis. A polícia procurava ramificações do esquema de jogos ilegais que seria comandado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso há mais de um mês.
"Neste local, há fortes indícios de que a organização ainda continua explorando as máquinas e que os repasses dos lucros dessa exploração ainda possam estar sendo repassados aos outros sócios da organização", aponta o delegado Matheus Rodrigues.
Antonio Carlos de Almeida Castro, advogado do senador Demóstenes Torres, não quer que ele dê declarações até ter acesso a todo o inquérito. O senador está seguindo a orientação.
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