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Caixa volta a suspender financiamento mais barato de imóvel

05/05/2017 | 989 pessoas já leram esta notícia. | 1 usuário(s) ON-line nesta página

Banco diz que deve receber novo aporte na linha Pró-Cotista nas próximas semanas. Para quem contribui ao FGTS e se enquadra nos requisitos, é melhor esperar

São Paulo - A Caixa voltou a suspender a contratação de financiamentos pela linha de crédito imobiliário Pró-Cotista, que oferece taxa de juros mais baixas para quem é cotista do FGTS. A linha financia imóveis novos de até 1,5 milhão de reais em todo o país, imóveis usados de até 950 mil reais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, e imóveis usados de até 800 mil reais nos demais estados até o final do ano.

O banco afirma em nota que, atualmente, os recursos disponíveis da modalidade são suficientes apenas para atender as propostas de financiamento que já foram recebidas pelo banco.

A Caixa já registrou falta de recursos para a linha em setembro e em março do ano passado. Contudo, o banco afirma que a suspensão é novamente temporária, já que devem ser liberados mais recursos para complementar os recursos da linha nas próximas semanas.

O Ministério das Cidades confirma, em nota, que está em tramitação uma edição de ato normativo que permite o remanejamento de recursos do plano de aplicação de recursos do FGTS para aporte de 2,54 bilhões de reais na linha Pró-Cotista. O ato deverá ser publicado ainda neste mês.

Para quem se enquadra nas regras de contratação do crédito, ou seja, fez contribuições ao FGTS por mais de três anos, consecutivos ou não, na mesma empresa ou em empresas diferentes, a linha é a mais barata oferecida no mercado atualmente.

A taxa de juros que oferece pode chegar a 7,85% ao ano para clientes que tenham relacionamento com o banco, como conta-salário, por exemplo. Portanto, vale a pena esperar o aporte de novos recursos pelo fundo para contratar o crédito no banco.

Na Caixa, a menor taxa oferecida para clientes que têm renda familiar bruta mensal acima de 6.500 reais fora da Pró-Cotista é a Carta de Crédito SBPE, na qual a taxa de juros varia entre 10,25% e 11% ao ano e o financiamento é de até 80% do valor do imóvel.

Simulação feita pelo Canal do Crédito para EXAME.com mostra que quem tem 40 anos e quer financiar 80% do valor de um imóvel de 400 mil reais em 420 meses gastará no total cerca de 889 mil reais, caso contrate o crédito pela Pró-Cotista e não tenha relacionamento com o banco (taxa de 9% ao ano).

Já se escolher a Carta de Crédito SBPE, também sem relacionamento com o banco (com taxa de juros de 11% ao ano), a despesa total será de cerca de 991,8 mil reais. Ou seja, o gasto adicional com os juros será de 102 mil reais, aproximadamente.

Uma opção para quem não pode esperar o novo aporte de recursos é contratar o crédito da Pró-Cotista no Banco do Brasil. Segundo o banco, em nota, o crédito pode ser tomado normalmente em uma de suas agências.
Novela

Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) aponta que as frequentes suspensões da Pró-Cotista na Caixa podem estar acontecendo por dois motivos.

Primeiro, os recursos da linha SBPE, provenientes da poupança, continuam escassos. Para atender à demanda dos clientes, o banco acaba oferecendo a Pró-Cotista. Consequentemente, os recursos se esgotam mais rapidamente.

A expansão do teto de imóveis financiados pela Pró-Cotista, que passou de 400 mil reais para até 1,5 milhão de reais, também pode ter colaborado para que os recursos se esgotem de forma mais rápida, diz Celso. "Como a demanda pela linha de crédito é maior, o banco precisa pedir mais recursos ao fundo. Isso leva um tempo, a liberação não é instantânea", explica.

Fonte Exame