A Comissão Nacional da Verdade realizou ontem, em São Paulo, a primeira reunião do novo grupo de trabalho que vai apurar a atuação das igrejas cristãs --católicas e protestantes-- durante a ditadura militar (1964-1985).
Coordenado pelo membro da Comissão Nacional da Verdade Paulo Sérgio Pinheiro, o grupo pretende investigar tanto casos de apoio e colaboração com o regime como de resistência à repressão. No encontro de ontem, foram definidos cronograma de trabalho para as pesquisas.
O objetivo, segundo o coordenador, será "indicar autorias, responsabilidades e circunstâncias" em que violações dos direitos humanos ocorreram. Para isso, membros de igrejas, vítimas e testemunhas poderão ser convocados para depoimento.
Segundo Pinheiro, nenhuma igreja será priorizada durante as investigações. Ontem estavam presentes representantes das igrejas metodista, presbiteriana, luterana, batista e católica.
A mobilização para criar o grupo dedicado à atuação das igrejas ocorreu após o depoimento do ex-preso político Anivaldo Padilha --pai do ministro da Saúde, Alexandre Padilha-- à Comissão Nacional da Verdade em setembro. "O depoimento dele foi o elemento detonador do processo", afirma o professor Leonildo Silveira Campos, da Universidade Metodista de São Paulo, que participará das investigações.
Em fevereiro de 1970, Anivaldo foi preso após ser delatado por um pastor e um bispo da Igreja Metodista que frequentava em São Paulo. Na época, ele dirigia o Departamento Nacional de Juventude da igreja e editava a uma revista para aquele grupo, além de participar da Ação Popular, movimento da esquerda cristã.
Em 1971, Anivaldo se exilou, e só voltou ao Brasil em 1979, com a Lei da Anistia. Havia deixado no país a mulher, grávida de Alexandre Padilha, que só conheceu o pai aos oito anos de idade.
"Há um sentimento de que é importante fazer essa investigação", disse Anivaldo. "Para que não só as igrejas, mas as outras instituições que colaboraram na preparação do golpe se deem conta de quão nefasto isso foi para a sociedade brasileira."
Anivaldo é um dos membros do novo grupo de trabalho. Ele diz acreditar que haverá resistência às investigações. "Obviamente alguns setores vão se opor. Os setores mais conservadores ou que são remanescentes de grupos que apoiaram a ditadura não vão estar muito contentes."
Além de casos como o de Anivaldo, o grupo pretende investigar episódios como o fechamento de escolas com orientação religiosa, demissão de professores, expulsão de padres e pastores e perseguição a grupos religiosos.
Os resultados das pesquisas estarão em um capítulo do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, que deverá ser apresentado em maio de 2014.
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