O julgamento sobre a guerra fiscal entre estados no Supremo Tribunal Federal (STF) ocorreu ontem (1º) sob fortes protestos de servidores da Justiça do Distrito Federal e da União, que estão em greve há 14 dias por reajuste salarial. Cerca de 500 pessoas se reuniram do lado de fora da Corte e incomodaram quem estava lá dentro buzinando e gritando palavras de ordem.
O protesto dos servidores ocorre um dia após magistrados de todo o país cobrarem o presidente do STF, Cezar Peluso, sobre o reajuste de subsídios da categoria. Ontem, a presidenta Dilma Rousseff e vários ministros de Estado receberam sete ministros do STF em um jantar. Não foi divulgado se os presentes trataram sobre a questão do reajuste.
É a segunda vez que os servidores entram em greve em dois anos. Em 2010, foram 44 dias de paralisação entre maio e julho. Segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no Distrito Federal (Sindjus-DF), Berilo Leão, a greve foi suspensa porque o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu que o reajuste salarial dos servidores do Judiciário seriam analisados após as eleições. "Confiamos no compromisso firmado, e passado as eleições, não cumpriram o acordo", disse Leão.
Desta vez, a greve é por tempo indeterminado. "Sentimos que vários estados já começam a se mobilizar e a tendencia é o movimento se ampliar e virar nacional. Sempre que o DF começa, os estados acabam se encorajando", afirma Leão.
O líder sindical também criticou o posicionamento do presidente do STF nas negociações. "Ainda no ano passado, Peluso falou que fez a parte dele e que dependia do Lula, mas o governo tem muitas pressões e não adiantava só os servidores cobrarem. Mas ele ficou inerte."
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