Notícias

Estudantes da USP se reúnem com governo na segunda

25/05/2007 | 2815 pessoas já leram esta notícia. | 3 usuário(s) ON-line nesta página

SÃO PAULO - Após uma reunião com o secretário estadual de Justiça, Luiz Antônio Marrey, e representantes do Ministério Público e da Comissão de Direitos Humanos na Assembléia Legislativa, realizada na quinta-feira, os estudantes que ocupam o prédio da Reitoria da Universidade de São Paulo (USP) há 22 dias não cederam e mantêm a ocupação. Foi marcada, no entanto, para a segunda-feira, uma outra reunião com Marrey.

Durante a reunião, que durou cerca de duas horas, o secretário destacou que o decreto sobre autonomia das universidades pode ser "aperfeiçoado, mas não será revogado". "O decreto do governo não fere a autonomia universitária", afirmou Marrey, acrescentando que "o maior avanço (da reunião) foi mostrar que o dilálogo está aberto e que o governo está interessado em uma saída pacífica para o problema".

Com o novo encontro marcado, estudantes e funcionários manifestantes ficam na expectativa de que a Tropa de Choque da Polícia Militar não agirá até a segunda-feira. O secretário afirmou, porém, que o pedido de reintegração de posse continua. "É uma ordem judicial que não pode ser contrariada", disse.

Para Magno de Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp), seria um "absurdo a Tropa de Choque fazer uma ação com uma reunião marcada com o governo do Estado". "Seria um absurdo do ponto de vista político", disse.

"Operação ilegal"

O Sintusp tentou impedir, por meio de liminar, que a reintegração de posse fosse realizada, mas o juiz Edson Ferreira da Silva, da 13ª vara da Fazenda Pública, do Tribunal de Justiça (TJ), negou o pedido.

Segundo a assessoria do TJ, o Sintusp pediu a revogação da liminar de reintegração pelo prazo de 10 dias para tentativa de acordo. O juiz entendeu que o pedido não pode ser atendido diante da “ilicitude da ocupação de dependências administrativas da universidade por estudantes, como forma de pressão para atendimento de suas reivindicações” e ainda não reconhece o sindicato como parte legítima da ação.

Ainda nesta quinta, uma liminar foi concedida em outra ação, proposta pela universidade contra o sindicato, para coibir atos que perturbem a ordem nas dependências da USP. Chamada de interdito proibitório, a liminar estabalece uma multa diária de mil reais quando os atos forem verificados.

USP Ribeirão Preto

Os 820 professores da USP de Ribeirão Preto, no interior do Estado, seguiram a deliberação da capital e também optaram pela greve, em assembléia realizada no final da tarde de quinta, na Escola de Enfermagem da instituição. Os docentes reivindicam 3,15% de reajuste salarial e uma parcela fixa até R$ 200 (conforme uma tabela) nos salários.

A direção da Associação dos Docentes da USP (Adusp) de Ribeirão não informou quantos participaram da assembléia, mas que a maioria concordou com a paralisação. A próxima assembléia será realizada na terça-feira.

 

Fonte Último Segundo