O ex-procurador-geral do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, voltou a dizer ontem (21) que é inocente das acusações de participação no esquema de corrupção que derrubou o então governador José Roberto Arruda e atingiu políticos e empresários da capital do país. Bandarra é uma das seis pessoas acusadas de tentar extorquir R$ 2 milhões de Arruda para não divulgar o vídeo que mostra o ex-governador recebendo um maço de dinheiro do delator do esquema, Durval Barbosa.
"A absolvição é certa porque, efetivamente, não existe prova de que isso [a extorsão] aconteceu", disse Bandarra, ao sair do julgamento desta tarde, no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. O tribunal decidiu que os acusados vão ter que responder por crime de extorsão. A maioria dos desembargadores entendeu que há indícios de que Bandarra articulou o plano para chantagear Arruda, apesar de não interagir diretamente com o ex-governador.
A advogada do procurador, Gabriela Bemfica, voltou a afirmar que seu cliente é inocente e que o Ministério Público é quem precisa provar a culpa do cliente dela. "Eu estou cansada de ser cobrada, como defesa, a dar explicações que caberiam ao Ministério Público. Eles [MP] não podem acusar Bandarra, levianamente, de fazer parte do esquema".
Ela elogiou o voto do desembargador Jirair Megueriam, o único no julgamento que não viu indícios para abrir ação penal contra Bandarra e Marcelo Carvalho, ex-presidente do Grupo Paulo Octávio e um dos acusados de participar do golpe. "Me parece um momento de lucidez no meio dessa insanidade", disse a advogada.
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