O resultado de um concurso público está causando polêmica entre os moradores da cidade de Ipaba, no Vale do Aço, a 250 quilômetros de Belo Horizonte. Tudo porque, na relação dos aprovados, aparecem os nomes da mulher, de três filhos e dois sobrinhos do prefeito José Vieira de Almeida (DEM). A lista de aprovados também se estende a secretários e a uma filha do vice-prefeito. A polêmica já chegou ao Ministério Público. Na semana passada, o advogado Denner Franco Reis fez uma representação à Promotoria de Justiça do Patrimônio Público em Ipatinga pedindo a anulação do concurso. As provas foram realizadas em 24 de fevereiro e o resultado foi divulgado no último dia 10. Foram 267 inscritos, que concorreram a 110 vagas – a maioria para cargos de nível médio, com salário inicial R$ 380.
Os irmãos Cléria e Clevison Almeida Martins, filhos do prefeito, aparecem como os segundos colocados para os cargos de auxiliar de assistência social e operador de máquina, respectivamente. O outro irmão, Cleivison, foi aprovado para a única vaga disponível de chefe de serviços. A mulher do prefeito, Izaltina Martins Almeida, foi aprovada para o cargo de secretária-executiva, vaga disputada por outros três concorrentes.
As suspeitas de favorecimento, de acordo com a representação, também recaem sobre a filha do vice-prefeito, José celestino Pena (PSB), Janaína Silus Pena, aprovada para a única vaga ao cargo de atendente de consultório odontológico da prefeitura. Também foi aprovado no concurso o secretário de Saúde, Weber Freire Pascoal, para a vaga de motorista. Ele receberá salário mínimo. Já o secretário de Tributos, Everton dos Reis Couto, foi aprovado para o cargo de encarregado de serviços, também com salário mínimo. “Os salários deles giravam em torno de R$ 2 mil. Agora, com a aprovação no concurso, eles podem ser apostilados em seus cargos, ou seja, exercem a função para a qual foram aprovados no concurso e recebem o salário do cargo de comissão” disse Denner Reis.
A secretária Sebastiana Souza de Oliveira foi uma das que concorreram à vaga de secretária-executiva, na qual foi aprovada a mulher do prefeito. Segundo ela, o resultado não foi o esperado por quem participou das provas. “Eu me preparei e acredito que fiz uma boa avaliação, mas já suspeitava que esse resultado poderia ser de cartas marcadas” disse a secretária. De acordo com ela, as provas para conhecimentos gerais foram direcionadas a pessoas que trabalhavam dentro da prefeitura. “Uma das questões da prova foi escrever o nome completo do prefeito. Outra foi dizer quais as distâncias entre Ipaba e Ipatinga e Belo Horizonte”. Candidatos que vieram de fora, segundo ela, teriam dificuldades para acertar essas questões. No fim do ano passado, a administração municipal, em cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o MP, exonerou os familiares do prefeito de suas funções.
Por ser feriado, o promotor público Fábio Finotti, curador do Patrimônio Público da Comarca de Ipatinga, não foi encontrado para falar sobre o assunto. O prefeito também não foi localizado. A reportagem tentou entrar em contato com o ele na prefeitura, que não funcionou devido ao recesso da semana santa. Por duas vezes tentou entrar em contato por telefone com o prefeito em sua residência, mas também não foi localizado. Em uma das ligações, a mulher do prefeito disse que as acusações não faziam sentido, e que partiam de grupos políticos que fazem oposição ao atual governo. A reportagem também não conseguiu falar com os responsáveis pela empresa contratada para a realização do concurso, a Seletiva Pública, com sede em Belo Horizonte.
Uma das questões da prova foi escrever o nome completo do prefeito.
Intimidação
Durante a apuração da matéria em Ipaba, um grupo de 10 pessoas, liderado pela filha e por um dos filhos do prefeito, tentou intimidar a equipe de reportagem do Estado de Minas. Em dois veículos e aos gritos, eles perseguiram o carro do jornal até obrigar os jornalistas a parar na saída da cidade. Um rapaz do grupo disse que o fotógrafo não poderia tirar fotos da cidade sem permissão e os demais partiram para tomar o equipamento fotográfico. Só não o fizeram porque no exato momento chegou um policial militar, que impediu a agressão. Os fatos foram registrados em boletim de ocorrência.
Câmara Municipal de Salvador não pode reeleger os seus dirigentes mais de uma vez, ...
Ministro Barroso suspende eficácia imediata do piso salarial da enfermagem e pede e...
Efeitos da reforma da Previdência repercutem no Orçamento do ano que vem...
Supremo retoma sessões plenárias com sessão nesta segunda-feira, às 15h...
STF decide que recebimento de honorários por procuradores de SP deve observar teto ...
Ministro André Mendonça define que ICMS dos combustíveis deve adotar cobrança unifo...
STF afasta incidência do IR sobre pensões alimentícias decorrentes do direito de fa...
Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, do STF, confirma participação na mesa de encer...
STF: União usurpou competência dos Estados e lei que proibia prisão disciplinar de ...
Abertura das investigações contra autoridades com prerrogativa de foro sujeita-se a...
Seminário Reforma da Previdência nos Estados e Municípios será em Salvador...
Motorista que não acata ordem de parada da polícia comete crime, define STJ...
Revista pessoal baseada em “atitude suspeita” é ilegal, decide Sexta Turma do STJ...
STF condena Daniel Silveira a oito anos e nove meses de prisão...