O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou ontem (3), em São Paulo, que seu sucessor no Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, estava apenas se justificando ao defender os congressistas no caso do escândalo das passagens aéreas.
"Se ele deu [passagens aéreas quando era deputado federal], ele está se justificando", disse. Sobre Lula ter classificado como "hipocrisia" as críticas aos salários dos parlamentares, FHC afirmou discordar do petista: "Eu sou mais restritivo".
Na sexta-feira passada, Lula disse que, durante sua passagem pela Câmara dos Deputados --ele foi eleito em 1986-- auxiliou sindicalistas com sua cota de passagens aéreas.
"Não sei em que contexto específico ele [Lula] disse isso. Sou mais restritivo, o que está em jogo é a utilização [das passagens] para viagens internacionais. Isso é fora de qualquer propósito", afirmou FHC, após ter participado de cerimônia ao lado do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes.
Lula, ao defender os deputados, ressalvou: "Eu, quando era deputado, muitas vezes convoquei dirigentes da CUT [Central Única dos Trabalhadores], dirigentes de outras centrais para se reunirem com passagem do meu gabinete. Graças a Deus, nunca levei nenhum filho meu para a Europa com passagem".
Mais contido do que nas demais vezes em que é questionado sobre eventuais declarações de Lula, FHC recusou-se a se alongar no tema ontem. Na semana passada, Luciana Cardoso, filha do ex-presidente, pediu demissão do cargo de secretária parlamentar do senador Heráclito Fortes (DEM-PI).
Em carta ao senador, ela disse que tomou essa decisão depois de a Folha publicar entrevista na qual ela afirmou que sua função era "cuidar das coisas pessoais do senador" e que trabalhava em casa porque o "Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo".
Homenagem a Carter
FHC foi convidado de honra de Serra no evento em que o governador homenageou o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, prêmio Nobel da Paz de 2002, com a Ordem no Ipiranga, a mais elevada honraria do Estado. "Ele é um homem realmente devotado às questões dos direitos humanos", disse FHC.
Serra destacou o papel importante da gestão Carter (1977-1981) na redemocratização da América Latina. "As mudanças produzidas por Carter tiveram um impacto profundo e duradouro na América Latina", disse Serra, que esteve exilado nos EUA durante o início da gestão do americano.
"Fiquei emocionado quando, nos debates da campanha presidencial [de 1976] ouvi de Vossa Excelência a condenação ao apoio dos EUA às ditaduras [do Brasil e do Chile]", disse.
Carter, que se encontra hoje com Lula, agradeceu a homenagem e disse que pedirá ao petista transparência nas informações públicas do Brasil e o apoio ao atual presidente americano, Barack Obama, no fim do embargo à Cuba.
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
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