O governo aposta que já tem os votos para conseguir escapar da cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e quer acelerar o processo, abdicando de pedido de vista. A estratégia é evitar que o julgamento eleitoral seja contaminado por outras bombas que podem estourar no colo do presidente Michel Temer, como as possíveis delações de Eduardo Cunha, Lúcio Funaro e Rocha Loures - e o avanço das investigações do caso JBS no Supremo Tribunal Federal.
Antes de o julgamento começar, a estratégia traçada era outra. Ainda que o Planalto tivesse um mínimo de segurança para vencer a disputa no tribunal eleitoral, aliados não descartavam a possibilidade de um pedido de vista. Até o momento estaria sendo cuidadosamente calculado. Em entrevista ao Correio, há duas semanas, o então ministro da Transparência - e hoje no comando da Justiça - , Torquato Jardim, declarou que, se o processo fosse interrompido, seria um ato natural.
O cenário externo, contudo, pesou para a mudança de pensamento da defesa. A situação se deteriorou de maneira aguda, com a pressão sobre o ex-deputado Rocha Loures para que ele faça delação premiada, a prisão do ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves e a decisão do Supremo Tribunal Federal de estender apenas até amanhã o prazo para que o presidente responda aos questionamentos da Polícia Federal. A defesa havia pedido 10 dias.
Além disso, crescem as especulações de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, possa apresentar a denúncia contra Temer na semana que vem. Aliados reclamam que basta a possibilidade de uma vitória governista no TSE que começam a surgir "factoides" que podem complicar um julgamento que, até o momento, parece estar sob controle.
O presidente do TSE, Gilmar Mendes, resolveu marcar sessões extraordinárias para concluir o mais rapidamente possível o julgamento. O primeiro calendário previa uma sessão ordinária para hoje de manhã e uma extraordinária para as 19h.
Gilmar marcou uma extraordinária para hoje à tarde e mais e outras sessões para a amanhã e sábado, se for necessário. "Vou conversar com a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, para ver se é possível cancelar a sessão do STF de amanhã (hoje) à tarde". O Supremo acabou mantendo a sessão e Gilmar não mudou de posição. Ele, Rosa Weber e Luiz Fux estarão no plenário do TSE.
O Planalto acompanha atento os movimentos do TSE. Na noite de terça-feira, durante as sustentações orais dos advogados, Temer acompanhou a sessão cercado de ministros e parlamentares aliados. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), elogiou a apresentação feita pelos advogados Marcus Vinicius Furtado e Gustavo Guedes, o que animou os governistas a reforçarem a avaliação de concluir o mais rapidamente possível o julgamento.
Ontem, pela manhã, enquanto Temer recebia o ministro da Agricultura Blairo Maggi antes da cerimônia de anúncio do Plano Safra, a televisão do gabinete estava sintonizado na TV Justiça, mas o presidente pouco acompanhou o julgamento, tocando a agenda normalmente, incluindo uma foto com cerca de 20 prefeitos que vieram visitá-lo.
Tucanos
O governo teve outra boa notícia ontem. O PSDB decidiu adiar para segunda-feira a reunião da Executiva Nacional que vai decidir sobre o desembarque do governo. Com esse anúncio, os tucanos sinalizam que vão esperar o TSE chegar a um veredito sobre a chapa Dilma-Temer antes de definirem uma posição em relação à gestão peemedebista.
A reunião tucana estava marcada para hoje. O adiamento foi divulgado depois de uma conversa realizada entre senadores tucanos, comandada pelo senador Tasso Jereissati (CE), presidente da sigla. Antes do adiamento, Tasso havia ampliado o "colégio eleitoral". Em vez de consultar apenas a executiva, ele convocou as bancadas no Congresso, governadores e todos os presidentes estaduais do PSDB para o encontro. A ideia é dar um caráter institucional inquestionável ao posicionamento tucano, seja ele qual for.
Pelo menos dois diretórios tucanos - Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul - tiraram posição em defesa do desembarque do governo. O de São Paulo caminhava para esse desfecho, mas uma plenária, realizada na última segunda-feira, acabou sem que o tema fosse encaminhado para votação.
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