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Lula depõe hoje sobre suspeita de obstrução da Operação Lava-Jato

14/03/2017 | 953 pessoas já leram esta notícia. | 1 usuário(s) ON-line nesta página

O ex-presidente Lula e outros seis são acusados de tentar evitar a delação de Nestor Cerveró na Operação Lava-Jato
Depoimento de Lula, que deveria ter ocorrido em fevereiro, foi adiado por conta da morte de Marisa Letícia

Réu em ação penal aberta em julho do ano passado, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva presta depoimento ao juiz Ricardo Soares Leite, nesta terça-feira (14/3), na 10ª Vara Federal de Brasília. O petista e outros seis são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar convencer o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró a não fechar acordo de delação premiada.

O depoimento, que estava marcado para ocorrer em fevereiro, precisou ser adiado a pedido da defesa de Lula, por conta da morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia após AVC. Os advogados haviam solicitado que o depoimento fosse prestado por meio de videoconferência, a partir de São Bernardo do Campo, onde Lula mora, mas o pedido foi negado pelo juiz.

Lula é réu juntamente com o pecuarista José Carlos Bumlai, o banqueiro André Esteves, o ex-senador Delcídio do Amaral e mais três pessoas. Todos são acusados pelo MPF de tentar comprar o silêncio de Cerveró. A denúncia, a primeira em que Lula se tornou réu na Lava Jato, foi aceita em julho do ano passado. Todos os réus, à exceção de Delcídio, negam as acusações.

Delcídio do Amaral foi preso em novembro de 2015 quando era líder do governo de Dilma Rousseff no Congresso. Em áudio gravado por Bernardo Cerveró, filho de Nestor, o então senador sugere um plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras, que iria para o exterior passando pelo Paraguai. Delcídio oferece ajuda de R$ 50 mil à família do ex-diretor. Segundo o MPF, o objetivo era impedir que Cerveró descrevesse a atuação do então senador, bem como de Lula, André Esteves e Bumlai, no esquema de corrupção na Petrobras.

Segurança reforçada
Por ser ação penal pública, o depoimento não é fechado. No entanto, a Justiça Federal do Distrito Federal montou um esquema especial para o depoimento, com maior rigor no controle de entrada ao prédio. A Polícia Militar do DF (PMDF) interdita a rua adjacente ao tribunal a pedido da Secretaria de Segurança Pública do DF, para garantir a segurança e evitar manifestações a favor ou contrárias a Lula, muito próximas ao prédio. A interdição, segundo a PM, ocorre desde às 21h de ontem, na W2 Norte, na altura da Quadra 510.

Fonte Correio Braziliense