Foi anunciada hoje em Brasília, durante a reunião da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, a identificação, por amostra de DNA, da ossada de Luiz José da Cunha, ex-dirigente da Ação Libertadora Nacional (ALN), morto a tiros aos 29 anos de idade numa emboscada preparada pelo Doi-Codi, em 13 de julho de 1973.
O corpo de Luiz Cunha, como era mais conhecido o militante, foi enterrado como indigente no Cemitério de Perus. Em 1991, após a pressão de grupos de Direitos Humanos, os corpos lá enterrados foram exumados. Os restos mortais de Cunha e outros militantes políticos mortos no auge da repressão militar foram então levados para a Unicamp para identificação.
Após 15 anos de tentativas frustradas, os restos mortais de Cunha foram identificados por meio de exame de DNA realizado pelo laboratório Genomic, de São Paulo. O exame comparou parte de um osso com marca de ferimento à bala com amostras de sangue da mãe e de um irmão de Cunha. O exame realizado em laboratório particular foi possível graças à atuação do Ministério Público Federal e da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos.
O MPF em São Paulo atua no caso desde 1999, quando instaurou procedimento administrativo para apurar os motivos que levaram à não-conclusão do exame de DNA necessário à identificação de Flávio Molina, outro militante morto pela ditadura. Em virtude da investigação, o estado transferiu a guarda das ossadas encontradas em Perus da Unicamp para o Instituto Médico Legal em São Paulo. Desde então, novas tentativas foram feitas até o exame positivo que identificou Cunha, agora em junho de 2006.
"Só agora, depois de 33 anos, nós vamos concluir essa morte e fazer o enterro", disse Amparo Araújo, viúva de Cunha, em entrevista coletiva realizada na Procuradoria Geral da República, em Brasília. "A família agora espera que os culpados sejam identificados e julgados", completou.
Para Ela Wiecko, procuradora federal dos Direitos do Cidadão, a identificação do corpo de Cunha foi uma vitória. Ela afirmou que o Ministério Público Federal vai continuar atuando no caso de mortos e desaparecidos políticos. "Temos vários procedimentos administrativos em curso no MPF tratando da questão dos mortos e desaparecidos políticos. Sempre que se tem alguma chance de identificar um desaparecido, abre-se procedimento", disse. Segundo a procuradora, o MPF também está trabalhando para tentar abrir os arquivos da ditadura. "Em muitos casos, não há informações nem para começar uma investigação. Mas isso pode mudar com a abertura dos arquivos".
Nascido em Recife, em setembro de 1943, Cunha, segundo informações do site www.desaparecidospoliticos.org.br , foi morto aos 29 anos. Na época, a informação oficial era de que ele teria morrido durante uma troca de tiros com os órgãos de segurança em 13 de julho de 1973. A notícia da morte e da suposta troca de tiros saiu no jornal no dia seguinte. No entanto, segundo a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Cunha foi torturado. Laudo e fotos da época comprovam que ele morreu por causa de uma hemorragia interna na região do abdômen e que trazia várias marcas no rosto e corpo. Cunha foi realmente baleado, mas os tiros não atingiram o abdômen nem nenhuma outra região vital.
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