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Ministros e secretários deixam cargos para votar sobre impeachment

14/04/2016 | 1084 pessoas já leram esta notícia. | 2 usuário(s) ON-line nesta página

Trocas envolvem parlamentares pró e contra o afastamento de Dilma. Exonerações atingem governos federal e de 8 estados
Plenário: Câmara terá substituídos cerca de 4% dos deputados (Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)

Deputados têm deixado o comando de ministérios e secretarias estaduais para reassumir seus mandatos na Câmara e participar da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, prevista para ocorrer no domingo (17).

Segundo levantamento feito pelo G1, ao menos 23 parlamentares de 8 estados voltaram ou pretendem voltar à Câmara, ainda que temporariamente, nos próximos dias. (Esta reportagem está sendo atualizada ao longo do dia, conforme novas mudanças sejam confirmadas.)

As trocas vão levar para a Câmara  ao menos 15 parlamentares favoráveis ao impeachment e 8 contrários. Dos 23, 4 pertencem ao PT, 4 ao PMDB, 4 ao PSD, 4 ao PSDB e 2 ao PSB. Os demais são do PPS, PTB, DEM, PR e PSC.

No caso dos 15 que entram a favor do impeachment, saem 9 que declararam voto a favor, um contra e 5 indefinidos ou que não declararam voto.

No caso dos 8 que entram contra o impeachment, saem 4 que declararam voto contra, um a favor e 3 que estão indefinidos ou que não declararam voto.

Entre os ministros de Dilma, ao menos quatro devem deixar os cargos para votar contra o impeachment. Três são deputados pelo PMDB: Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Mauro Lopes (Aviação Civil). A informação foi confirmada por Pansera. Patrus Ananias (PT), ministro de Desenvolvimento Agrário, deve confirmar a decisão oficialmente no fim de semana.

Em São Paulo, o secretário de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro (PSDB), confirmou que será exonerado pelo governador Geraldo Alckmin. Segundo ele, também devem ser exonerados os secretários Samuel Moreira (PSDB), da Casa Civil Arnaldo Jardim (PPS), da Agricultura e Rodrigo Garcia (DEM), da Habitação. Todos votarão pelo impeachment de Dilma.

O ex-secretário de Transportes e logística Antonio Duarte Nogueira (PSDB) também deixou o governo Alckmin dias antes. Em seu Facebook, escreveu: "Amigos, reassumirei meu mandato de deputado federal a partir da semana que vem para participar de um momento de extrema relevância, quando a Câmara dos Deputados irá votar o impeachment da presidente Dilma". Os suplentes também votariam a favor do impeachment: Mendes Thame (PV), Lobbe Neto (PSDB), Marcelo Aguiar (DEM) e Roberto Freire (PPS).

No Rio de Janeiro, a assessoria do deputado Arolde de Oliveira (PSC), secretário de Trabalho e Renda, confirmou que ele tomou posse para votar a favor do impeachment. Sergio Zveiter (PMDB), da Habitação, afirmou que vai votar a favor do impeachment e já comprou passagem para Brasília. "Vou votar a favor do impeachment por decisão minha, por achar que há crime de responsabilidade, e também pela orientação do PMDB", afirmou ao G1.

Entre os suplentes, Laura Carneiro (PMDB) posicionou-se a favor do impeachment. José Augusto Nalin (PMDB) não divulgou sua opinião.

No Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), atualmente chefe da Casa Civil do estado, vai reassumir o mandato de deputado federal na próxima sexta-feira (15) para votar a favor do impeachment. Segundo sua assessoria, ele deve retornar ao cargo estadual na terça (19). Os suplentes -Edmar Arruda (PSD) e Nelson Padovani (PSDB)- também votariam a favor.

Em Goiás, Thiago Peixoto (PSD), que estava na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Goiás, voltou para votar a favor do impeachment, segundo a chefe de gabinete do parlamentar. Sandes Junior (PP), que sai, se posicionou a favor.

Na bancada de Pernambuco, as mudanças previstas  podem aumentar de 2 para 4 o número de votos garantidos a favor do impeachment. Devem sair os indecisos Carlos Eduardo Cadoca e Fernando Monteiro, ambos do PP, que orientou voto a favor do impeachment mas não irá punir seus deputados que votarem contra e Raul Jungmann (PPS) e Augusto Coutinho (SD), que são a favor.

Em seus lugares, está prevista a entrada do secretário das Cidades de Pernambuco, André de Paula (PSD),  que confirmou a saída momentânea para votar a favor do impeachment Felipe Carreras (PSB), do Turismo, e Danilo Cabral (PSB), do Planejamento, que, favoráveis impedimento, manifestaram interesse em participar da votação e Sebastião Oliveira (PR), secretário de Transportes, também a favor do impeachment.

Em Minas Gerais, Odair Cunha (PT) confirmou que irá deixar a secretaria de Governo para votar contra o impeachment. Miguel Correa (PT), de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, deve fazer o mesmo movimento. A data de saída de ambos não está definida.

Na bancada, que inclui dois ministros, saem quatro suplentes. Ademir Camilo (PTN) e Silas Brasileiro (PMDB) não se pronunciaram. Wadson Ribeiro (PCdoB) e Adelmo Carneiro Leão (PT) votarão contra o impeachment.

No Piauí, a exoneração de Rejane Dias (PT) do comando da Secretaria de Educação foi publicada no Diário Oficial de terça-feira (12). O secretário de Segurança, Fábio Abreu, deputado do PTB, disse ser contrário.
Na bancada do estado, Flávio Nogueira (PDT) e Mainha (PP) iriam votar contra o impeachment. Silas Freire (PR) não foi encontrado.

Em Santa Catarina, João Paulo Kleinuumlbing (PSD), até então secretário de Saúde, e Cesar Souza (PSD), da Secretaria Executiva de Assuntos Estratégicos, pediram exoneração e retornaram à Câmara. As exonerações ocorreram em 1º de abril e foram publicadas no Diário Oficial do Estado.

Angela Albino (PCdoB), uma das suplentes, informou que votaria contra o impeachment. Edidnho Bez (PMDB) não foi encontrado. A assessoria do PMDB em Santa Catarina informou que Bez tem posicionamento favorável ao impeachment.

Fonte G1