A Polícia Federal deflagra, nesta sexta-feira (23/9), mais uma fase da Operação Acrônimo, que investiga, inclusive, desvios de recursos a partir de financiamentos com o BNDES. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), o caso já resultou na denúncia criminal contra o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). A ação de hoje foi determinada pelo relator do caso no tribunal, ministro Herman Benjamin.
Um dos alvos desta 9ª fase é o chefe da Casa Civil do governo mineiro, Marco Antônio Rezende Teixeira, segundo apurou o Correio. A ação de hoje envolve ordens de condução coercitiva, quando o investigado é isolado e levado para prestar um depoimento caso queira. Há também mandados de busca em apreensão.
Em Brasília, os policiais cumprem duas ordens judiciais. O STJ disse que não prestaria esclarecimentos à sociedade porque "as investigações relacionadas à Operação Acrônimo correm em segredo de Justiça".
De acordo com dados da investigação, uma empresa ligada a Rezende Teixeira, a MOP Consultoria e Assessoria Empresarial, recebeu R$ 1,7 milhão de um escritório de advocacia entre 2013 e 2014. Para a PF e o MPF, a suspeita é que se tratasse de dinheiro de propina com destino a Pimentel.
O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, criticou a ação da polícia. "Essa operação já se esgotou", disse ele ao Correio. "O que resta é o gosto pelos holofotes e a busca desesperada de provas que não existem. E de fatos que as autoridades tiveram notícia desde o ano de 2014. Não existe nem nova fase na Acrônimo. O único fato verdadeiro é que a operação agoniza lentamente, diante das inúmeras ilegalidades e abusos praticados desde o seu início." A reportagem não localizou ainda a defesa de Rezende Teixeira
Indiciado
Neste mês, Herman Benjamim autorizou o indiciamento e Pimentel e do presidente afastado da empreiteira Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht. Uma das suspeitas dos investigadores é que ele beneficiou a construtora com financiamentos do BNDES. Outra linha investigativa é o financiamento eleitoral ilegal da campanha do petista em 2014.
Em 15 de setembro, a PF realizou a 8ª fase da operação Acrônimo, mas por ordem da 10ª Vara Federal de Brasília. Foram cumpridos de 20 mandados judiciais (9 buscas e 11 conduções) em Brasília, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Aquela etapa buscava esclarecer a atuação de uma organização criminosa especializada na obtenção de benefícios no governo federal por meio de pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos.
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