A Polícia Federal lançou nesta terça-feira duas operações separadas para investigar suspeitas de favorecimento a frigoríficos e empresas de alimentos pelo Ministério da Agricultura por meio de esquemas de corrupção na fiscalização.
Em uma das ações, os policiais federais apuram um suposto esquema voltado para o retardamento na tramitação e anulação de multas no ministério de forma a favorecer empresas, que teria movimentado cerca de 3 milhões de reais entre os anos de 2010 a 2016, segundo a PF.
Nessa operação, policiais foram às ruas para cumprir 62 mandados judiciais, sendo 10 de prisão temporária, nos Estados de Tocantins, Pará, São Paulo e Pernambuco.
Os alvos da operação não foram identificados pela polícia.
"A PF apurou, por meio de quebras de sigilos fiscal e bancário, que a chefe de Fiscalização do Mapa (Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento), à época dos fatos, recebia de empresas fiscalizadas valores mensais para custear despesas familiares", disse a Polícia Federal em nota.
A Polícia Federal também cumpriu mandados judiciais em diversos municípios de Santa Catarina como parte de uma outra operação envolvendo o Ministério da Agricultura, esta voltada para o setor de pescados da região do Vale do Itajaí.
As investigações apuram evidências relacionadas à proteção ilícita de empresas do ramo alimentício, bem como de perseguição a servidores com atuação na área de fiscalização mediante instauração de procedimentos disciplinares e remoções infundadas, de acordo com a PF.
A Justiça determinou o afastamento de ocupantes de cargos de direção e gestão na unidade do Ministério da Agricultura em Santa Catarina.
Segundo as investigações, as empresas suspeitas de envolvimento no esquema introduziam no mercado pescados importados da China adulterados quimicamente, que não passavam pela fiscalização adequada.
Em março, a Polícia Federal revelou um outro esquema de corrupção envolvendo o Ministério da Agricultura e frigoríficos, por meio da operação Carne Fraca. As investigações apontaram para a existência de um esquema de fornecimento de produtos alimentícios alterados ou adulterados com a participação de empresários e fiscais do ministério.
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