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Secretário diz que governo do Rio não oferece segurança a diretores de presídios

03/11/2008 | 1394 pessoas já leram esta notícia. | 6 usuário(s) ON-line nesta página

Em audiência pública realizada na última sexta-feira (31), na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o secretário de Administração Penitenciária (Seap), César Rubens Monteiro de Carvalho, disse que o governo do Rio não oferecia as condições básicas de segurança aos diretores dos presídios de segurança máxima do estado.

“O que houve até agora foi muita demagogia sobre determinadas providências, que agora estão sendo efetivamente adotadas, agora, graças ao sangue do coronel [José Roberto Amaral] Lourenço”, disse o secretário ao comentar que, somente após o assassinato do diretor, foi assinado decreto determinando a escolta obrigatória de diretores de presídios de segurança máxima. “Pela primeira vez o governo do estado está adotando algo sério”, comentou o secretário.

A audiência pública foi convocada pelas comissões de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania e de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Alerj. O objetivo foi apurar as circunstâncias do assassinato do diretor do presídio Bangu 3, tenente-coronel José Roberto Amaral Lourenço, no dia 16 deste mês, numa emboscada na Avenida Brasil, principal ligação do centro com as zona norte e oeste da cidade.

Durante cerca de quatro horas o secretário respondeu a perguntas dos membros das comissões, que também apuram as denúncias feitas, na semana passada, pelo ex-subsecretário adjunto de Unidades Prisionais do estado, coronel Francisco Spargoli Neto, de que não há agentes penitenciários suficientes para a segurança dos diretores dos presídios do Rio.

O secretário Monteiro de Carvalho responsabilizou o ex-subsecretário Spargoli Neto pela morte do ex-diretor do presídio do Bangu 3, pois, segundo Rubens, Spargoli era o encarregado da segurança do tenente-coronel Lourenço, que estava sem escolta e sem veículo blindado na noite do crime.

Spargoli Neto alegou, na ocasião do assassinato, que o próprio tenente-coronel Lourenço abrira mão extra-oficialmente dos policiais militares que cuidavam de sua segurança.

O delegado responsável pela investigação do caso, Roberto Cardoso, também prestou depoimento na audiência e informou que não há indícios de que o tenente-coronel Lourenço haja dispensado escolta no dia de sua morte. Mas também disse que o irmão do morto declarou que o diretor do presídio era avesso à segurança pessoal.

Segundo Roberto Cardoso, os quatro suspeitos de matar o diretor do Bangu 3  e que estão com prisão decretada desde quinta-feira (30), são integrantes da facção criminosa Comando Vermelho. O delegado afirmou também que há mais de um ano e meio centenas de denúncias através do dique-denúncia informaram que o Comando Vermelho pretendia eliminar o tenente-coronel Lourenço.

O tenente-coronel Lourenço é o sétimo diretor de penitenciária morto no Rio nos últimos sete anos. Uma nova audiência sobre o tema será marcada para a semana que vem.

 


Flávia Villela

Fonte Agência Brasil